O Papa é iê-iê-iê!

João Paulo está morrendo. Depois de vinte e cinco anos liderando a Igreja Católica ninguém consegue mais entender suas palavras, em qualquer das várias línguas que o polaco fala, debilmente pronunciadas.

Pra mim o Papa começou a morrer quando sofreu aquele bisonho atentado. O cara que o baleou deve ser tão estúpido quanto o cara que atirou em Lennon ou o que esfaqueou a Mônica Selles. Todos eles acreditavam que seus feitos iriam mudar a história do mundo, pobres imitações do bem-sucedido homem que assassinou o duque austro-húngaro e desencadeou a Primeira Guerra Mundial. Não mudaram, não mudariam, não mudarão.

A Igreja Católica há tempos não possui tamanha importância. Hoje só existem duas religiões: ou se é judeu ou se é mulçumano. Se segues qualquer outro credo não és alguém religioso, simplesmente temes a morte. O Costagravas fez um filme para criticar o silêncio católico perante o holocausto. Ele está surrando o moribundo, tal como Hollyfield aplicou uma vergonhosa coça no Maguila e o Estados Unidos espancaram o Afeganistão. A fragilidade da Igreja Católica Apostólica Romana é percebida pelos inúmeros pedidos de perdão que o super-padre fez em nome dos erros passados de sua entidade e do não menor contigente de sujeitos beatificados, elevados a santos em todo o mundo, acreditando que assim ergueria novamente a moral da "Casa de Deus".

Errou Humberto Gessinger ao dizer que Sua Santidade é pop. Ele é do iê-iê-iê, o som de Roberto Carlos e sua Jovem Guarda. O Papa e o Rei outrora freqüentavam o topo das paradas e contagiavam as massas, hoje, porém, agradam apenas velhas senhoras gordinhas, de óculos, cabelos sebentos e chinelos-de-dedo.