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GROGUEBAR -> Pirates of underground!

12.4.04

A Obra-prima de Spike Lee


Edward Norton encabeça um elenco formidável

Spike Lee, assim como o também cineasta Wood Allen e a jonalista da ficção Carrie de "Sex and the City", é o típico novaiorquino apaixonado pela Grande Maçã. Assiste da primeira fila aos jogos dos Knicks, registrando tudo com sua câmera digital e vibrando a cada lance de Stephan Marbury e companhia. Essa paixão tem sido transmitida para a tela do cinema que ele cria, como pode se perceber em filmes como "O Verâo de Sam", "Jungle Fever" e também em "A Última Noite", filme de 2002, que assistir apenas ontem, em DVD.

Feito e passado no calor pós 9-11, a película não tem medo de tocar em vespeiros, abordando temas polêmicos citando pontos-de-vista pouco ortodoxos, mas sem descambar para ridicularidade. A trama consite em narrar as senasações (ódio, desespero, desolação) de um traficante condenado a sete anos de prisão em sua última noite de liberdade. O tato político de Lee (demonstrado no biográfico "Malcom X", entre outros) é surpreendente, possibilitando cenas bestiais como a agressão que a personagem de Edward Norton dispara contra as etnias de NY perante o espelho de um banheiro de bar.

A seqüência final, entretanto, aborreceu-me. O pai do traficante condenado (interpretado por Brian Cox) sugere uma fuga ao seu filho, o qual poderia começar uma nova vida no oeste americano sem nunca voltar a Nova Iorque. A sugestão é acompanhada da vislumbração de um lindo futuro que aguarda o condenado se este não fora para prisão. Entenderam? Paraque prender os criminosos, basta enviá-los para uma terra bem longe de sua origem que se tornarão grandes pessoas! É fácil cair nesse argumento quando o diretor contrói um seujeito bacana com qual o público simpatiza de cara e acaba tomando uma exceção como regra. Mas se analisado com minuciosidade, o sistema proposto no filme é uma bela fantasia de um pai que quer o melhor do mundo para o seu filho. O conto-de-fadas não tinha lugar em uma produção tão fantástica.