O Bolão do Escritório - parte 1

- Alô.
- Lucas? não vais acreditar!
- Alô? Quem fala?
- O Enzo, véio! Cara, não vais acreditar!!
- Diga, rapaz. O que é?
- Cara, pára tudo que tiveres fazendo. Se tiveres passando roupa, larga o ferro na tábua para que ele não caia no teu pé; se tiveres se barbeando, deixa a lâmina na pia para que não te degoles; se tiveres equilibrando-te em uma corda bamba...
- Tá bom, tá bom, já deu para pegar a figura. Pode falar que eu só estava vendo um filme na TV. - Preparado? Lá vai: Ganhamos na Mega!
- Que? Tá falando sério?
- Juro, véio!
- Gasp! Gasp! Cof!
- Lucas?
- Engasguei com a pipoca. Sério, mesmo? Estamos ricos?!?
- Tô falando, cara! Ganhamos! Lembra o bolão que fizemos no escritório? Então, acertamos na sena. A-C-U-M-U-L-A-D-A!
- Por céus! Não Acredito! E quem cantou a seqüência premiada? Fui eu?
- Não. Tua idéia de jogar os anos de estréia de Star Wars (77/80/83/99/02/05 - que na Mega viraram 14-08-38-18-02-05) não nos levou às estrelas.
- Então deve ter sido o Santana.
- Também não. O dia não era de futebol, e os anos das Copas conquistadas pela seleção brasileira (06 -07 (70) - 26 (62) - 49 (94) e 58) mais a fatídica seleção de 1982 (28) não nos proporcionou os louros da vitória.
- Só falta dizer que foi a beata da Maria...
- Errou mais um vez. A idéia dela jogar as datas de canonização dos dois santos brasileiros não foi o que nos levou a gozar o paraíso.
- Ora, Foi você?
- Quem dera fosse, mas meu palpite de jogar os anos dos tri de Piquet e Senna combinados (82-83-87-88-90-91, que viraram 28-38-15-16-09-19) não nos guiou a vitória
- Tá, então fala de uma vez quem que cantou o palpite da fortuna!
- Foi o Zé. Ele jogou os aniversários da sogra dele e do chefe juntos.
- Maldito puxa-saco de sorte!
- Pois é...
- Mas, Enzo, ouve um negócio. Muita calma nesta hora. Não é todo dia que se acerta a Mega acumulada. Temos que ter paciência, sabedoria, calcular nossos movimentos, nos afastar do lado negro da força, sabe?.
- Sei... Mas o que você está querendo dizer?
- Só estou falando que não devemos no precipitar. Atravessar o sinal vermelho. Exceder o limite de velocidade. Forçar a ultrapassagem. Está entendendo?
- Na verdade, não.
- Enzo, pelo amor de Deus, você já contou para mais alguém da nossa proeza?
- Claro, Lucas. Todo mundo do escritório já sabe. Foste o último para quem liguei. Engraçado, mas todos me fizeram essa mesma pergunta...